Num momento em que o presidente do Senado, José Sarney, revela sua intenção em apagar parcela da memória daquele Legislativo, é salutar a iniciativa do vereador João Dib (PP). Para lembrar a passagem do 47º aniversário de morte do ex-prefeito José Loureiro da Silva, o parlamentar promoveu, no dia 3/6, novamente ato solene que faz há mais de 18 anos junto ao monumento. O simples fato de Dib não esmorecer em suas homenagens deveria ser motivo de admiração. Na oportunidade, Leandro Telles, emocionado, lembrou os principais momentos da trajetória do ex-prefeito. Pode-se imaginar que vêm à memória de João Dib as discussões entre ele e Loureiro para a conclusão da avenida Farrapos, pela criação do Hospital de Pronto Socorro, para a construção do Centro de Saúde Modelo, e, principalmente, o quanto foi difícil a construção do primeiro Plano Diretor de Porto Alegre. Mas tudo isso é mais do que a demonstração de valor à herança de um notável prefeito. A estátua que observa o projeto do aeromóvel quase parece dizer: “Se fosse comigo, já estava concluído”. É disto que se trata: o que a memória de Dib preserva é a defesa de uma utopia para a cidade. Ela é a defesa do ideal de modernização da Capital. Como Robert Musil define, utopia tem mais a ver com “senso de possibilidade” do que com “senso de realidade”. Isso Loureiro tinha muito. Em tempos de preparativos para mais uma Copa do Mundo, nada mais necessário.
terça-feira, 14 de junho de 2011
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